quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Esta Carta é para ti...

Olá bebé,

Ainda não nasceste, ainda não cresceste, ainda não te formaste, ainda não te tenho em mim e já te Amo Tanto. Só quero que estejas ao nosso lado. A espera por ti está a ser desesperante, angustiante, depressiva, e sinceramente horrível.


Vou contar-te a história do pai e da mãe, bebé.





Conhecemo-nos no dia 9 de dezembro de 2006, foi uma noite mágica a mãe percebeu logo que o pai seria o homem da sua vida. Inteligente, bem humorado, lindo, e super querido. Foi então no dia 12 de Janeiro de 2007 que o pai pediu para a mãe ser a sua mulher para sempre, e a mãe, sem qualquer dúvida, aceitou de imediato. E foi assim que a nossa história começou, meu amor.

Depois da mãe ter acabado de tirar a Licenciatura no ano 2012, muda-se para Lisboa onde o pai já estava a trabalhar.

Passámos por várias casas, e numa delas em Arroios foi onde decidimos comprar um cão, o mano K, foi em Julho de 2014. Quando ele era pequenino era tão reguila, sempre a morder os pés ao pai e à mãe. Muito querido o mano. Entretanto, em Abril de 2015 decidimos mudar para uma casa melhor em Lisboa, perto do Marquês com um quintal muito bom para o mano K, e foi nesta casa que eu e o pai decidimos aumentar a nossa família. Bebé, foi nesta casa que decidimos que queríamos que viesses para perto de nós, e tornar a nossa família ainda mais completa.



Foi no dia 10 de Abril de 2016, que essa mesma decisão foi tomada, foi um momento de muita felicidade saber que eu e o pai estávamos a evoluir bastante na nossa relação e que queríamos que os nossos genes se unissem e te criassem, meu amor.

No entanto, como a vida não é feita de rosas, e o Mundo infelizmente não é cor de rosa, tem sido um processo mesmo muito difícil fisicamente e psicologicamente.

A mãe após deixar de tomar a pílula em Novembro de 2015, tudo começou a desregular, era claro que a mãe tinha um problema, menstruação irregular com ovários multifoliculares.

Mas vamos por partes, para que percebas tudo melhor, meu amor. Em Abril 2016 eu e o pai começámos nas consultas do Centro de Saúde com a médica de família. A mãe fez análises ao sangue e ecografias e, aparentemente estava tudo bem para que possas vir para perto de mim. No entanto, desde Março 2016 a Outubro de 2016 a mãe ficou sem menstruar, o que era um péssimo índicio de como eu não estava bem.

Foi então em Setembro 2016 que a mãe decidiu fazer um seguro de saúde e ser acompanhada por um Ginecologista. Na primeira consulta foi indicada que a mãe tinha de tomar progesterona para conseguir menstruar, e foram pedidas análises. 

E é aqui que começam os químicos, e a mãe se sente um ratinho de laboratório, que já apelidou de Minnie.



Em novembro na consulta foi detectado um folículo de 15mm, as análises indicaram que estava tudo desregulado a nível hormonal. A mãe continuou a tomar progesterona, assim como Dikirogen que é um pó composto por ácido fólico (essencial para o teu desenvolvimento). A partir desta altura os ciclos menstruais têm sido sempre regulados, o que é um excelente príncipio.

Em dezembro, os pais resolveram um novo método, a mãe começou a fazer Acupuntura indicada especificamente para a fertilidade na Clínica Pedro Choy, perto de casa. 1 sessão por semana. E também a tomar ao pequeno almoço 1 comprimido para supostamente controlar a ansiedade (que não me faz qualquer efeito) e uma fórmula líquida (F21-b), que para a Medicina Chinesa, é chamada a pílula da fertilidade. Aquilo sabe tão mal.Mas por ti a mãe toma tudo.

Foi em Janeiro de 2017 que os químicos começaram a aumentar e é a partir desta altura que a mãe começa a tomar um comprimido indicado para o Cancro da Mama, vê só bebé o que a mãe anda a tomar. No entanto,este comprimido tem tido bons resultados no controlo hormonal, tem sido uma excelente aposta.

Ainda neste mesmo mês na ecografia foi detectado um folículo com 17mm, e foi a partir deste momento que começaram as injecções de Pregnyl, para que a mãe pudesse libertar o óvulo para ser fecundado por um espermatozoide do pai.

Esta 1ª injecção a mãe foi ao centro de saúde levar por uma enfermeira. E durante 10 dias seguintes a mãe teve de colocar uns ovinhos de progesterona para que pudesses ficar bem coladinho à mãe. No entanto, não deu resultado a mãe voltou a menstruar, e no mês seguinte eu e o pai fomos novamente ao ginecologista onde vimos na ecografia 2 folículos um com 14mm e outro com 15mm. E então o Dr. Indicou que tomasse outra vez a injecção mas em dose dupla, duas de uma só vez. E quem deu a injecção à mãe foi o pai. Doeu imenso, mas sabia que me podia apoiar no pai, sempre! Mais 10 dias a colocar os ovinhos e hoje faz precisamente 15 dias que a mãe levou a injecção.

Hoje a mãe está particularmente muito triste, porque tem praticamente a certeza que ainda não estás comigo. Ontem fiz um teste de gravidez, e deu negativo, esta manhã é dia 11/03/17 (sábado) eu acordei às 8h20 porque simplesmente não conseguia dormir nem mais 1 minuto. Fui fazer novamente o teste e lá estava um negativo, mais uma vez.



A mãe tem continuado todas as semanas com as sessões de Acupuntura, tem tomado todos os químicos conforme indicação do médico, mas tu teimas em não chegar.

Ontem eu e o pai resolvemos que para despistar um outro problema, o pai vai fazer um espermograma, para que possamos saber se os espermatozoides são saudáveis e está tudo bem com a saúde fértil do pai.

Hoje a mãe está mesmo em baixo, estou na sala a ouvir Mafalda Veiga, o mano está ao meu lado a dormir, o pai está ainda na cama a dormir e, tu bebé onde estás? Quando vens para perto da mãe? Vai ser o dia mais FELIZ da minha vida quando te tiver no meu ventre e saber que estás bem, e depois ter-te no meu colo, um bebé saudável e lindo como os pais.




A mãe tem sofrido imenso com todos os químicos, tem muitas dores de barriga, muitas cólicas, enjoos, dores de cabeça, mal estar, barriga inchada. Tem sido meses muito complicados,e hoje faz 11 meses que te procuramos, meu amor.

Daqui a 1 mês, já há 1 ano que estamos a tentar. 1 ano tem 365 dias, consegues imaginar a ansiedade e a angústia que é, meu filho?

Se tens um bom ambiente familiar, tens pais que te amam ainda antes de estares aqui, o mano K não te vai largar 1 minuto que seja, porque é que não vens para perto de nós?



Temos tudo pronto para a tua chegada, o amor, o carinho, e a segurança estão aqui em abundância. Acredita na mãe, confia em mim e vem para aqui, meu amor! Vem!

Estou desejosa de te ter a dormir ao nosso lado como um bebé saudável.

Amo-te Muito! Vem para perto de nós, eu não aguento mais esta espera, meu bebé.

Sem comentários:

Enviar um comentário